quarta-feira, 27 de maio de 2015

Em Mahagony Com Brecht * Antonio Cabral Filho - Rj

&
&
&
&
&
&
&
&
&
&
&
&
&
&
*
Bom, no dia 12 de fevereiro de 1977, período em que eu cursava teatro na Escola Martins Penna, Rio de Janeiro, fui ao Teatro João Caetano, Praça Tiradentes, centro da cidade, assistir à peça MAHAGONY, de Bertolt Brecht. Não fui sozinho. Nessa ocasião, levei comigo a pessoa que acrescia tudo que a minha vida carecia: Roseli.
Após a peça, saimos e ficamos conversando no meio da praça. Dalí, ela foi  embora. E eu fiquei lá, mergulhado no mundo de Bertolt Brecht. Na MAHAGONY de Bertolt Brecht. Naquele mundo que engole as pessoas e vomita um urbanoide esterilizado, que as transforma numa coisa manipulável, úteis a qualquer serventia.
Daí, saí caminhando e fui para casa. Levava sobre meus ombros uma tonelada de preocupações. Mas ao final da Rua Henrique Valadares, ao lado da sede do Jornal Dos Sports, tudo teria solução: sentei-me e tomei uma black princes. E enquanto pensava na construção de um mundo melhor, perpassava por minha mente o mundo europeu de Bertolt Brecht do período 2ª Gerra Mundial; do qual ele teve que fugir, indo para outra masmorra chamada EUA, da qual saiu escorraçado para a sua velha Europa, assistindo aí o desfechar da guerra até ao final dos seus dias.
Mas, hoje, com Bertolt Brecht, no topo dos seus 117 anos de nascimento, eu me reporto a esse momento, por uma questão essencial: Foi a peça MAHAGONY  que cristalizou a minha consciência anti - capitalista. 
***